20 agosto, 2015

Guerra Negra da Débora Falcão

Guerra Negra - volume 1 da Saga da Cidade de Cristal 
por Débora Falcão
Deuses - 180 pgs

A história tem início na região do Mar Morto em 1943, quando um cansado pastor encontra alguns manuscritos muito antigos. Damos um salto no futuro, e vamos pro ano de 2021 em Israel. Lá, conhecemos a jovem Keren Hapuque que está indo morar na Califórnia para completar seus estudos na New Order High School of San Francisco. Ela vem de uma família judia ortodoxa e estava sentindo-se sufocada, por isso queria um pouco de paz, e estudar longe parecia ser a opção perfeita.

No início, apesar de achar estranho algumas coisas que acontecem na escola, ela se adapta ao local, faz novos amigos, vai à festas e viagens. Até que uma de suas amigas é assassinada, mas Keren não descobre a verdade, e acha que ela voltou pra casa dos pais. Com o passar dos dias, habitua-se a ausência da amiga, as peculiaridades da escola e encontra novos amigos. 

Falando assim, parece até uma história simples, quase sem graça, mas não se engane, esse livro mescla ação, aventura, fantasia, romance e suspense. Ele nos leva de um ritual pagão em uma floresta, a uma guerra mundial por petróleo, passando por sacrifícios, fugas, assassinatos, aparição de anjos e de demônios. Opa, agora já complicou. Tem muita coisa, muita informação. então vamos com calma. A narrativa é excelente e a escritora nos conduz por todos esses cenários de forma primorosa, apesar do livro ser pequeno, apenas 180 páginas, ela consegue expor todas as suas ideias de maneira clara e muito bem estruturada. 

A nossa protagonista Keren, inicia o livro com 16 anos e ao final dele está com quase 26 anos. Como era de se esperar, ela muda muito nesse período, torna-se uma mulher forte, determinada e madura, e a escritora consegue transmitir muito bem essas mudanças. É quase impossível não se identificar com a protogonista em algum momento.

Algo que me chamou muito a atenção, foi o fato dela ser judia. Até então, todos os livros que havia lido sobre judeus, eram os com referência a Segunda Grande Guerra Mundial. E essa leitura me trouxe esse outro lado, conhecer um povo através de outra visão, mesmo que através da ficção, é sempre enriquecedor e muito interessante.

No primeiro momento me causou estranhamento algumas atitudes das personagens, mas ao longo da história tudo se encaixa, e nenhuma peça fica solta. A narrativa é muito fluida, e desde as primeiras páginas fiquei completamente envolvida com a história. Os acontecimentos são inúmeros e marcantes, mas a escritora consegue segurar muito bem tudo isso e te prende até o fim.

Falando nisso, o livro é apenas o 1º de uma saga, então como era de se esperar, termina num momento crucial deixando o leitor boquiaberto e ávido por continuar a leitura.

A edição é bem bacana. A diagramação é muito boa, o livro tem orelhas e páginas amarelas e a ilustração de capa é minimalista, remetendo às labaredas de fogo. Encontrei um único erro de revisão, que não compromete a leitura em nada.

Em resumo: me surpreendi e muito com a leitura. É um livro bem escrito, com uma história envolvente e indico fortemente pra quem gosta ficção e aventura. 

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